Assim como vem acontecendo na China, o Brasil tem todas as condições de avançar muito socialmente e economicamente com os pagamentos digitais.
Em meio a um crescimento expressivo no uso de carteiras digitais no Brasil e a profusão de informações sobre a entrada do PIX no mercado a partir de novembro, é normal que existam dúvidas de como será o futuro dos pagamentos no Brasil. Até que ponto os pagamentos digitais podem transformar a vida das pessoas? O acesso a essas tecnologias será democrático? Teremos apenas uma mudança de hábitos no modo de pagar ou os pagamentos instantâneos poderão trazer transformações além do que podemos imaginar?
Para discutir essas questões, vamos discutir aqui um pouco do cenário brasileiro e analisar mais de perto o que os pagamentos digitais já fazem em outros contextos. Um dos primeiros pontos que favorece a expansão dos pagamentos digitais no Brasil é a nossa presença no ambiente virtual. Pesquisa da GlobalWebIndex mostrou que o Brasil é o segundo país em que as pessoas passam mais tempo nas redes sociais, atrás apenas das Filipinas.
Além disso, o caminho que nosso país está trilhando na esfera tecnológica tem despertado a atenção de grandes nomes mundiais, como é o caso do futurista e cofundador da Singularity University, Raymond Kurzweil. Em entrevista à revista digital HSM Experience, ele afirmou que tem acompanhado de perto os avanços do Brasil e enfatizou que o país está caminhando bem quando o assunto é tecnologia. Ele ressaltou que considera o Brasil potencialmente inovador e que a estrutura de desenvolvimento de software está cada vez mais acessível, o que faz com que o país se beneficie disso.
Como seria um contexto de predominância dos pagamentos digitais?
Para entender um pouco mais este cenário, o especialista em tecnologia e apresentador do programa Expresso Futuro, do canal Futura, Ronaldo Lemos, esteve na China para mostrar a penetração dos pagamentos instantâneos no país. O episódio “A Revolução dos Pagamentos Digitais” está disponível no YouTube.
Vale lembrar que a gravação foi feita antes do início da pandemia de Covid-19. Ou seja, algumas das transformações mostradas no episódio já estão começando a acontecer no Brasil, como vamos mostrar logo mais neste artigo.
Na China, os pagamentos instantâneos já vem provocando transformações profundas ao longo dos últimos 15 anos. Em sua viagem investigativa, o apresentador esteve na cidade de Hangzhou, considerada o berço do comércio na China e também a cidade onde começou a atual revolução nos meios de pagamentos. Para se ter uma ideia, a cidade foi uma das primeiras a declarar independência do dinheiro em papel.
Por lá, comerciantes provenientes de zonas rurais que vendem seus produtos em feiras e ambulantes pelas ruas já estão inseridos tecnologicamente para receber pagamentos digitais. De que forma isso acontece? Por meio das plaquinhas estáticas de QR Code. O cliente escolhe o que vai comprar, lê o código impresso em uma plaquinha que pode ser até mesmo de plástico ou adesiva e o dinheiro é transferido automaticamente para o comerciante.
O formato já vem sendo adotado no Brasil por carteiras digitais, mas o método que até pouco tempo ainda era incipiente, está passando por uma ampla expansão com a necessidade do distanciamento social em função da pandemia da Covid-19. A projeção é que a adesão a esses tipos de pagamentos tome uma proporção ainda maior com a entrada do PIX em breve.
Lemos mostrou também o potencial dos chamados superapps, que já dominam a economia chinesa há muito tempo. Para quem não sabe o que o termo significa, os superapps são aplicativos que reúnem uma série de serviços. Na China, existem superapps que reúnem serviços financeiros, delivery de comida, transporte, entre outros. Por aqui, esse movimento também começa a ganhar força, com apps que já estavam no mercado e que gradativamente vão expandindo os serviços que oferecem.
Para se ter uma ideia do alcance dos pagamentos digitais, o episódio mostrou um dado impressionante: o Alipay, um dos principais superapps que atua na China, chegou a alcançar um pico de 256 mil transações sendo processadas por segundo no Dia dos Solteiros de 2017. A data comemorativa, que começou como uma brincadeira para competir com o Dia dos Namorados, teve adesão e hoje é considerada uma das datas mais importantes para o comércio do país. Anualmente, a China registra US$ 20 trilhões em transações via pagamentos digitais, ainda conforme dados apresentados no episódio. Durante sua estadia, Lemos visitou um restaurante em Hangzhou completamente integrado aos pagamentos digitais. Antes mesmo do surgimento da pandemia, o restaurante já contava com QR Codes afixados em todas as mesas, para que o consumidor abra o cardápio com a leitura do código. O pedido é pago pelo celular de imediato e o consumidor pode escolher se vai comer no local ou solicitar a entrega em outro endereço. No Brasil, os QR Codes vêm sendo amplamente adotados em bares e restaurantes para atender os protocolos de higiene e distanciamento social em função da Covid.
Desafios: Brasil precisa avançar em estratégias de inclusão financeira
Na China, os pagamentos instantâneos já vem provocando transformações profundas ao longo dos últimos 15 anos!
Um dos grandes diferenciais dos chineses para o sucesso que os pagamentos digitais têm feito no país é a adoção de estratégias que permitam a inclusão digital e financeira dos pequenos produtores e comerciantes ao redor do território. Afinal, 570 milhões de pessoas na China habitam regiões rurais ou cidades do interior.
Neste sentido, a digitalização dos meios de pagamentos têm permitido que negócios familiares se expandam de forma nunca antes imaginada. É o caso da Hangzhou Zhenghao Tea. Em entrevista ao programa, a responsável pela marca afirmou que em 2011 o faturamento anual da empresa foi de US$ 500 mil. Ao final de 2018, esse número saltou para US$ 20 milhões. O segredo para isso foi a abertura de uma loja online, assim a marca começou a exportar o chá para outras regiões e países.
Para que os produtores tenham mais oportunidades, eles se reúnem e utilizam uma estrutura logística disponibilizada por grandes players do mercado chinês, como o Alibaba. Isso envolve a disponibilização de espaços físicos para que esses produtores recebam treinamento de como abrir uma loja online para expandirem seus negócios. Isso tem garantido capacitação e inclusão para pessoas analfabetas ou semianalfabetas.
Com essa perspectiva, sabemos que o desafio que o Brasil tem neste momento para criar uma adesão massiva desses serviços em todo o território é justamente a criação de instrumentos para se conectar de uma forma mais profunda com a população do interior. Isso se reflete não só em termos de qualidade de conexão à internet, mas também é preciso endereçar os desafios culturais para atender as necessidades dessas pessoas e mostrar a elas que esses serviços são confiáveis.
Se essas premissas forem observadas, temos todas as condições de avançar de forma inimaginável com os pagamentos digitais, promovendo inclusão financeira, desenvolvimento social e econômico para o país.
Fonte: Shipay
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